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quinta-feira, maio 05, 2011

A LEVEZA DO DESENHO DE MARIA LEONTINA



As mulheres que foram, em quase toda história da arte, objetos do olhar masculino, musas, modelos, no Brasil, elas marcaram presença com trabalhos singulares e inovadores, a exemplo de Maria Leontina (1917-1984). Conhecida por sua pintura produzida às margens dos movimentos: Concreto e Neoconcreto, mas seguindo de forma livre a tendência construtiva, Leontina passou pelo academicismo e o expressionismo, fez experiências com a cor e o gesto, direcionando sua pintura para um abstracionismo geométrico espontâneo. Um construtivismo lírico, e porque não, pessoal e sensível.
Essa exposição de desenhos de Maria Leontina, guardados na sua mapoteca, por cerca de vinte e cinco anos, é um achado quase arqueológico. Só a curiosidade de um curador com a permissão da família foi possível encontrar essas pequenas preciosidades. Quem visita o atelier de um artista sempre encontra surpresas, um mundo particular de quem passou a vida reinventando o olhar, fixando sobre superfícies ou suportes gestos, traços, cores, os devaneios da mão e as imagens do confronto com o estar no mundo.
 
 

Estamos diante de anotações, esboços, obras acabadas ou inacabadas. Não temos certeza. Não importa. São exercícios da artista que demonstra uma disciplina de trabalho. São desenhos em pequenos formatos, despretensiosos, com traços modernos e leves. Muitos parecem que vão sair do papel e flutuar no mundo da imaginação. Esses desenhos, além da qualidade estética de obra de arte, são documentos, registros que descrevem uma vida de trabalho, referências existenciais da artista que não comprometeram os valores plásticos de suas construções pictóricas.

O traço intencionalmente delicado do desenho de Leontina tem uma história, deixaram de ser contornos de coisas e passaram a ser intervenções e reações do sujeito para ocupar um espaço. Desenhos infantis, estudos acadêmicos, retratos expressionistas, naturezas mortas e desenhos geométricos que narram a passagem do figurativo para o abstrato. A ventura da artista para construir uma obra e a opção por composições não ortodoxas, narrativas visuais, indiferentes ao suporte teórico que sustentava a vanguarda geométrica, com um senso poético que surpreende a razão construtiva.





 Almandrade
(artista plástico, poeta e arquiteto)


Maria Leontina Franco da Costa
1917-1984
.      
     
    Romance com final feliz

         Corria o ano de 1945 e o término da 2ª Grande Guerra reabria as portas do mundo para um intercâmbio cultural mais amplo. Do Brasil, vai para os Estados Unidos, e depois para a Europa, o pintor Milton Dacosta   (1915-1988). Em sua companhia, segue também a artista Djanira da Mota e Silva (1914-1979), com quem ele vivia um romance.

         Dacosta tinha sua excursão financiada por um prêmio de viagem que acabara de ganhar e esperava aperfeiçoar sua arte, já bem desenvolvida; Djanira, mais velha que ele, mas menos experiente na arte, viajava por conta própria, valendo-se no dinheiro que conseguira amealhar em umas poucas exposições de que participou.
 
 

         Na mesma época, em São Paulo, uma jovem aluna, Maria Leontina Franco da Costa, terminava seus estudos com Valdemar da Costa, professor do Liceu de Artes e Ofícios, este com nome respeitável nos meios artísticos. Leontina, ao contrário, preparava-se para começar uma longa jornada, abrindo caminho por entre pedras e espinhos, na longa e estreita vereda que conduz à fama e consagração.

         Três vidas e três destinos que se cruzam. Djanira, em breve, voltará à sua rotina no aprazível bairro de Santa Teresa, Rio de Janeiro, independente por opção, indócil por temperamento, despachada, falastrona, amiga de todos mas senhora do próprio destino.

         Milton da Costa volta ao Brasil em 1947 e conhece Maria Leontina, com quem estabelece uma sólida e duradoura parceria. Dacosta e Leontina se casam em 1949 e o compromisso matrimonial somente irá se romper 37 anos depois, com a morte da pintora, uma perda que o veterano artista não conseguiu superar, vindo a falecer quatro anos depois.

    O tempo e o vento





         Quem era essa mulher, desconhecida da crítica, sem nome firmado no mercado, que conquistara o coração do jovem, mas já famoso pintor ?

         «Leontina falava pouco - comenta o crítico de arte Valmir Ayala (1933-1991). - Sua antieloqüência era fecunda de reflexão e disciplina. Era um ser atento à vida e ao mundo visível, procurando e projetando os toques invisíveis das formas conhecidas e catalogadas.»

         Maria Leontina Franco da Costa nasceu em São Paulo em 1917 e faleceu no Rio de Janeiro em 1984. Seu currículo como estudante a recomendava bem, mas passou os primeiros anos de sua carreira no semi-anonimato, só despertando a atenção da crítica após seu casamento e, ainda assim, na observação de Sérgio Milliet (1898-1966), era impressonante o «quanto havia de doentio em sua pintura acinzentada e quente, feita quase toda de fusões e de impulsos também, de muita melancolia, senão de amargura».

         Essa característica, originária de sua primeira fase, mudaria completamente na década de 1950, alterando seu relacionamento com a crítica e projetando-a no cenário artístico, com o que sua presença em exposições passou a ser uma constante. Entre 1952 e 1954, esteve na França em companhia de Milton Dacosta: ele como "free-lancer"; ela com uma bolsa de estudos concedida pelo governo francês.

         De volta ao Brasil, participou das Bienais de São Paulo em 1955, 1957, 1965 e 1989, inscrevendo-se e participando de mostras no Brasil e no exterior e realizando exposições individuais praticamente todos os anos, o que dá idéia do volume de sua produção artística e da boa aceitação de seu nome no mercado de arte.

    Criar primeiro, filtrar depois
 
 
 
 

         É costume dos pintores dividir seu trabalho em fases. Às vezes o fazem por opção, em outras, isso ocorre inconscientemente, sendo a mudança de fase detectada pelo próprio mercado e pela crítica.

         No caso de Maria Leontina, essa mudança de fases é plenamente consciente e a freqüência com que isso ocorre chega a ser quase doentia. Seu trabalho é bem classificado, como se classificam documentos em um arquivo: «Jogos e Enigmas, Narrativas, Episódios, Da Paisagem e do Tempo, Formas», e assim por diante, a perder de vista.

         É a própria pintora que se justifica, em uma de suas declarações, ao dizer que as manifestações interiores de um artista não podem ser contidas e é preciso «que o artista as deixe fluir livremente. Não podem ser inibidas, reprimidas, senão soam falsas, inautênticas. (...) Qualquer artista tem, logicamente, suas mudanças dentro de si, que elimina ou filtra, à sua maneira, contanto que conserve sua unidade íntegra».

         Sabendo contrabalançar a emoção com a razão, buscando incessantemente novas formas de expressão, Maria Leontina ganhou destaque entre seus contemporâneos, experimentando sempre, variando continuamente, mas sem se tornar inconstante, pois é possível vislumbrar, em sua pintura, uma unidade total, uma costura entre entre as várias fases, da mesma forma que um escritor amarra os vários capítulos de seu livro para formar uma única obra.

         O nome de Maria Leontina Franco da Costa tornou-se um referencial importante na pintura moderna brasileira. O estudo de sua obra é fundamental para o conhecimento desse periodo, ainda vivo no Brasil, tendo grande repercussão especialmente no período compreendido pela segunda metade do Século 20.

    ( Paulo Victorino)

BIOGRAFIA
 
 
 
Maria Leontina Mendes Franco da Costa (São Paulo SP 1917 - Rio de Janeiro RJ 1984). Pintora, gravadora, desenhista. Inicia estudos de desenho com Antônio Covello, em São Paulo, em 1938, e na primeira metade da década de 1940 estuda pintura com Waldemar da Costa. Em 1946, no Rio de Janeiro, freqüenta o ateliê de Bruno Giorgi e faz curso de museologia no Museu Histórico Nacional - MHN, entre 1946 e 1948. Em 1947, participa da exposição 19 Pintores, na Galeria Prestes Maia, em São Paulo, ao lado de Lothar Charoux, Marcelo Grassmann, Aldemir Martins, Luiz Sacilotto e Flavio-Shiró. Em 1951, é convidada pelo psiquiatra e crítico de arte Osório César para orientar o setor de artes plásticas do Hospital Psiquiátrico do Juqueri. No mesmo ano, organiza uma mostra dos internos no Museu de Arte Moderna de São Paulo - MAM/SP. Em 1952, com bolsa de estudo do governo francês, viaja para a Europa, acompanhada pelo marido, o pintor Milton Dacosta. Em Paris, entre 1952 e 1954, freqüenta o ateliê de gravura de Johnny Friedlaender. Na década de 1960, realiza painel de azulejos para o Edifício Copan e vitrais para a Igreja Episcopal Brasileira da Santíssima Trindade, ambos em São Paulo. Inicialmente, sua obra é pautada no figurativismo de cunho expressionista, mas paulatinamente passa ao abstrato, sem seguir o rigor da geometria pura. Em 1960, em Nova York, recebe o prêmio nacional da Fundação Guggenheim e, em 1975, o prêmio pintura da Associação Paulista de Críticos de Artes - APCA.
 
 
Sinopse

A artista plástica Maria Leontina (1917-1984) é figura fundamental na história da pintura brasileira do século XX. Importantes personalidades e críticos de arte comentam neste livro sua obra, sua atuação e seu processo criativo. Para Ferreira Gullar, Maria Leontina construiu uma “arte requintada e silenciosa”. Para Paulo Venancio Filho, “dissociada da urgência moderna, a pintura de Maria Leontina parece situar-se em outra esfera temporal, distante dos imperativos do progresso e da mundanidade.” Para Lélia Coelho Frota, “é de tal qualidade a coerência interna de sua obra, e tão pessoal a linguagem que criou através das narrativas visuais que constituem o seu percurso de artista, que, caso houvesse nascido em um país de economia hegemônica, ela constaria hoje, ao lado de vários outros criadores brasileiros, entre os nomes de primeira linha na história da arte contemporânea: Tobey, Rothko, por exemplo.” Casada com o artista plástico Milton Dacosta, Maria Leontina produziu tanto quanto ele, em mais de quarenta anos de atividade: sua obra passa pelo figurativismo, expressionismo, abstracionismo, construtivismo; ganhou feições diferentes, mas se manteve sempre fiel a uma mesma visão poética e transfiguradora do real, transpassando a tendência crítica das rotulações. Walmir Ayala diz que “pintores como Maria Leontina e mesmo Volpi deixam risonhamente que os analistas queimem as pestanas tentando limitar o que eles pretendem ilimitado.” Num trabalho inédito e abrangente, este livro traz cerca de 180 reproduções em cores de suas principais obras, é bilíngüe e traz ainda um depoimento da artista e uma cronologia completa, enriquecida por trechos de artigos de jornais que registraram a participação de Maria Leontina em inúmeras exposições, mostras, bienais e salões nacionais e internacionais e seus prêmios. Este livro teve o apoio institucional da Tecnisa S/A.
 
 
 
 
 

segunda-feira, fevereiro 07, 2011

Anita Garibaldi
 


Anita Garibaldi quebrou os padrões de sua época ao se envolver na luta revolucionária.

Nascida na cidade catarinense de Laguna (SC), Ana Maria de Jesus Ribeiro da Silva teve uma origem familiar humilde combinada com uma boa educação. Seguindo os padrões da época, casou-se bastante jovem, aos 15 anos, com Manuel Duarte de Aguiar. No ano de 1837, já com o desenvolvimento da Revolução Farroupilha, ela teve a oportunidade e conhecer Giuseppe Garibaldi, um dos principais líderes do movimento que conquistara sua cidade natal.

Logo se mostrando apaixonada por Giuseppe, Ana Maria resolveu abandonar o seu infeliz matrimônio para que ao lado do revolucionário italiano marcasse a História com o nome de Anita Garibaldi. No tempo em que Laguna se transformou em sede do governo da República Juliana, que tomou Santa Catariana, Anita aprendeu a manusear espadas e armas de fogo. Em pouco tempo, a paixão pelo companheiro e os riscos da guerra se tornaram situações comuns à sua peculiar rotina.

Durante a Batalha de Curitibanos, Anita foi capturada pelas tropas que representavam o Império Brasileiro. Presa e grávida do seu primeiro filho, ela foi enganosamente informada que Garibaldi havia falecido nos campos de batalha. Inconformada e duvidosa sobre a informação, ela pediu aos oficias que a deixem procurar o marido entre os corpos. Nesse instante, desconfiando do que lhe fora dito, ela saltou em um cavalo e fugiu dos oficiais que a vigiavam.

Após atravessar um rio e passar alguns dias sem alimento, ela buscou refúgio entre alguns revolucionários. Poucos dias depois, Anita e Giuseppe se encontraram na cidade de Vacaria. Já em 1841, o casal seguiu para a cidade de Montevidéu, para apoiar outra revolta contra o ditador uruguaio Fructuoso Rivera. Após a participação nos conflitos, Anita foi enviada para a Itália, em 1847, para realizar os preparativos que receberiam o marido e uma tropa de mil homens que participariam das guerras de unificação da Itália.

Nesse novo conflito, o casal chegou até acidade de Roma, que havia sido posta como a capital da nova República Romana. Apesar da conquista, tiveram que enfrentar a opulência das forças franco-austríacas, e bateram em retirada nas ofensivas que marcaram a Batalha de Gianicolo. Acompanhados por, aproximadamente, quatro mil soldados, o casal de revolucionários ainda teve de suportar a pressão de outros exércitos contrários ao processo de unificação.

Quando atingiram a cidade de San Marino, a embaixada norte-americana ofereceu um salvo conduto que poderia tirar o casal daquela penosa situação de risco. Não aceitando o convite, por temer a desarticulação do processo de unificação, Anita e Giuseppe continuaram a sua fuga. A essa altura, esgotada pela quinta gravidez, a valente revolucionária ficou abatida ao enfrentar uma grave crise de febre tifoide. Não resistindo, Anita faleceu nas proximidades de Ravenna, em 4 de agosto de 1849.

Ferozmente perseguido pelos soldados austríacos, Garibaldi não teve sequer a oportunidade de acompanhar os cortejos fúnebres da esposa. Partindo para o exílio, o revolucionário italiano ficou dez anos fora da Itália. Somente em 1932, o corpo de Anita Garibaldi foi definitivamente transferido para a colina de Janiculo, localizada na porção ocidental da cidade de Roma.


Revolução Farroupilha
Representação dos conflitos entre os farrapos e as tropas imperiais.

Demarcada como uma das mais extensas rebeliões deflagradas no Brasil, a Revolução Farroupilha contou com uma série de fatores responsáveis por esse conflito que desafiou as autoridades imperiais. Naquele período, a insatisfação junto às políticas imperiais e a proximidade das jovens repúblicas latino-americanas demarcaram o contexto inicial do conflito.

Ao longo da história econômica da região sul, a pecuária tornou-se um dos principais focos da economia gaúcha. Ao longo do processo de diversificação das atividades econômicas do país, os estancieiros (fazendeiros) sulistas tornaram-se os principais produtores de charque do Brasil. Esse produto, devido sua importância nos hábitos alimentares da população e seu longo período de conservação, articulava a economia agropecuária sulista com as regiões Sudeste e Centro-oeste do país.

Durante o Primeiro Reinado e Regência, vários impostos impediam a ampliação dos lucros dos fazendeiros sulistas em conseqüência do encarecimento do preço final do charque gaúcho. Não bastando os entraves tributários, a concorrência comercial dos produtos da região platina colocou a economia pecuarista gaúcha em uma situação insustentável. Buscando acordo com o governo central, os estancieiros gaúchos exigiam a tomada de medidas governamentais que pelo menos garantissem o monopólio sulista sob o comércio do charque.

Em 1836, inconformados com o descaso das autoridades imperiais, um grupo liderado por Bento Gonçalves exigiu a renúncia do presidente da província do Rio Grande do Sul. Em resposta à invasão feita na cidade de Porto Alegre, um grupo de defensores do poder imperial, também conhecidos como chimangos, conseguiu controlar a situação em junho daquele mesmo ano. Logo após a batalha de Seival, de setembro de 1836, os revolucionários venceram as tropas imperiais e proclamaram a fundação da República de Piratini ou República Rio-Grandense.

Com a expansão do movimento republicano, surgiram novas lideranças revolucionárias na região de Santa Catarina. Sob a liderança de Guiseppe Garibaldi e David Canabarro, foi fundada a República Juliana que deveria confederar-se à República Rio-Grandense. Dessa vez, melhor preparadas, as tropas imperiais conseguiram fazer frente aos revoltosos que, devido à participação popular, ficaram conhecidos como farrapos. Sob a liderança do barão de Caxias, as forças imperiais tentavam instituir a repressão ao movimento.

Mesmo não conseguindo aniquilar definitivamente a revolta, o governo imperial valeu-se da crise econômica instaurada na região para buscar uma trégua. Cedendo às exigências dos revolucionários, o governo finalmente estabeleceu o aumento das taxas alfandegárias sobre o charque estrangeiro. A partir daí, Duque de Caxias iniciou os diálogos que dariam fim ao movimento separatista.

Em 1844, depois da derrota farroupilha na batalha de Porongos, um grupo de líderes separatistas foi enviado à capital federal para dar início às negociações de paz. Após várias reuniões, estabeleceram os termos do Convênio do Ponche Verde, em março de 1845. Com a assinatura do acordo foi concedida anistia geral aos revoltosos, o saneamento das dívidas dos governos revolucionários e a libertação dos escravos que participaram da revolução.

Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola

quarta-feira, dezembro 29, 2010

Irmã Dulce

 

A pequena ‘Maria Rita’

Segunda filha do dentista Augusto Lopes Pontes e de Dulce Maria de Souza Brito Lopes Pontes, ao nascer em 26 de maio de 1914, Irmã Dulce recebeu o nome de Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes. O bebê veio ao mundo na rua São José de Baixo, 36, no bairro do Barbalho, na freguesia de Santo Antônio Além do Carmo. A menina Maria Rita foi uma criança cheia de alegria, adorava brincar de boneca, empinar arraia e tinha especial predileção pelo futebol - era torcedora do Esporte Clube Ypiranga, time formado pela classe trabalhadora e excluídos sociais que foi o primeiro a romper com o perfil elitista do esporte baiano no início do século XX. Aos sete anos, em 1921, perde sua mãe Dulce, que tinha apenas 26 anos. No ano seguinte, junto com seus irmãos Augusto e Dulce (a querida Dulcinha), faz a primeira comunhão, na Igreja de Santo Antônio Além do Carmo. Aos 13 anos, o destemor e o senso de justiça, traços marcantes revelados quando ainda era muito novinha, faziam com que ela acolhesse mendigos e doentes, transformando a casa da família, na Rua da Independência, 61, no bairro de Nazaré, num centro de atendimento. É nessa época, em que sua casa ficou conhecida como ‘A Portaria de São Francisco’, tal o número de carentes que se aglomeravam à porta, que ela manifesta pela primeira vez o desejo de se dedicar à vida religiosa, o que só ocorreria seis anos depois.
01 02 03 04


26/05/1914, Salvador, (BA)
13/03/1992, Salvador, (BA)


 A minha política é a do amor ao próximo

 


Com o consentimento da família e o apoio da irmã Dulcinha, foi transformando a casa da família num centro de atendimento a pessoas necessitadas.

Em 8 de fevereiro de 1933, logo após se formar professora, Maria Rita entrou para a Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, na cidade de São Cristóvão, em Sergipe. Em 15 de agosto de 1934, aos 20 anos de idade, foi ordenada freira, recebendo o nome de Irmã Dulce, em homenagem à sua mãe.

Sua primeira missão como freira foi ensinar em um colégio mantido pela sua congregação, na Cidade Baixa, em Salvador, região onde também dava assistência às comunidades pobres e onde viria a concentrar as principais atividades das Obras Sociais Irmã Dulce.

Em 1936, ela fundou a União Operária São Francisco. No ano seguinte, junto com Frei Hildebrando Kruthaup, abriu o Círculo Operário da Bahia, mantido com a arrecadação de três cinemas que ambos haviam construído através de doações. Em maio de 1939, irmã Dulce inaugurou o Colégio Santo Antônio, voltado para os operários e seus filhos.

No mesmo ano, por necessidade, Irmã Dulce invadiu cinco casas na Ilha dos Ratos, para abrigar doentes que recolhia nas ruas. Mas foi expulsa do lugar e teve que peregrinar durante uma década, instalando os doentes em vários lugares, até transformar em albergue o galinheiro do Convento Santo Antônio, que mais tarde deu origem ao Hospital Santo Antônio, centro de um complexo médico, social e educacional que continua atendendo aos pobres.

Considerada um "Anjo bom" pelo povo baiano, recebeu também o apoio de pessoas de outros estados brasileiros e de personalidades internacionais. Mesmo com a saúde frágil, ela construiu e manteve uma das maiores e mais respeitadas instituições filantrópicas do país.

Em 1988, irmã Dulce foi indicada pelo então presidente José Sarney, com o apoio da rainha Silvia da Suécia, para o Prêmio Nobel da Paz. Oito anos antes, no dia 7 de julho de 1980, Irmã Dulce ouviu do Papa João Paulo 2o, na sua primeira visita ao país, o incentivo para prosseguir com a sua obra.

Os dois voltariam a se encontrar em 20 de outubro de 1991, na segunda visita do Papa ao Brasil, quando João Paulo 2o fez questão de ir ao Convento Santo Antônio visitar Irmã Dulce, já bastante enferma. Cinco meses depois, no dia 13 de março de 1992, Irmã Dulce morreu, pouco antes de completar 78 anos. No ano 2000 foi distinguida pelo papa João Paulo 2o com o título de Serva de Deus. O processo de beatificação de irmã Dulce está tramitando na Congregação das Causas dos Santos do Vaticano.


Beatificação de Irmã Dulce é marcada para maio de 2011, em Salvador

Foto: Reprodução Internet
A Arquidiocese de Salvador anunciou, nesta sexta-feira, que a missa de beatificação de Irmã Dulce foi marcada para o dia 22 de maio, na Bahia.

Conhecida como "anjo bom da Bahia", Irmã Dulce teria realizado um milagre que foi reconhecido pela Congregação das Causas dos Santos do Vaticano em outubro, dando fim ao processo de beatificação que corria há nove anos.

O decreto de beatificação foi assinado pelo Papa Bento XVI no último dia 10. O milagre atribuído à ela consiste na recuperação de uma mulher que sofreu uma forte hemorragia durante o parto, e sua saúde já havia sido condenada pelos médicos.

Irmã Dulce será a primeira baiana a receber o título. A beatificação só pode ocorrer quando um milagre é atribuído à religiosa e deve ser, obrigatoriamente, reconhecido pelo Vaticano.

quinta-feira, dezembro 02, 2010



Djanira da Mota e Silva
Artista plástica, 20/06/ 1914, Avaré (SP)
31/03/1979, Rio de Janeiro (RJ)

Descendente de austríacos e de índios guaranis, Djanira da Mota e Silva passou a infância em Porto União (SC), onde trabalhava na lavoura. Na adolescência, voltou para a cidade natal, Avaré (SP). Em 1928, seguiu para São Paulo, onde foi vendedora ambulante. Ganhava pouco, morava e comia mal, mas trabalhava além de suas forças.
Contraiu tuberculose e foi internada no pavilhão de pacientes terminais do Sanatório Dória, de São José dos Campos, nos 1930. No hospital, teve acesso pela primeira vez a pincéis e telas. Djanira passou a pintar figuras de um Cristo contorcido em dores, como os pacientes do pavilhão dos desenganados.
Para espanto dos médicos, ela se recuperou e recebeu alta, quase que completamente curada. Mudou-se nos anos 1940 para o Rio de Janeiro, onde se casou com Bartolomeu Gomes Pereira, um maquinista da marinha mercante. Ele morreu quando um submarino alemão torpedeou o seu navio na Segunda Guerra Mundial.
Viúva e sozinha, alugou um quarto na Pensão Mauá, em Santa Teresa, e viveu como costureira. Os outros hóspedes eram estudantes de pintura com poucos recursos e alguns pintores estrangeiros refugiados de guerra. Entre eles, o romeno Emeric Marcier, que trocou casa e comida por aulas de arte. Djanira aprendeu técnicas, porém, permaneceu fiel ao seu estilo simples.
Próximo à pensão, o Hotel Internacional reunia pintores mais ricos, como os exilados franceses Arpad Szenes e sua mulher Maria Helena Vieira da Silva. Djanira passou a receber apoio. Participou do Salão Nacional de Belas Artes em 1942, e fez duas exposições coletivas e uma individual.
Em 1952, viajou pelo Brasil para colher imagens do cotidiano e de festas religiosas. Essa foi a fase mais expressiva de sua carreira. Representou pescadores, trabalhadores do campo e da cidade, e o místico sincretismo do catolicismo e cultos afro-brasileiros.
O painel "Santa Bárbara" (1964), de 130 metros quadrados e 5300 azulejos, é um dos melhores exemplos desta fase e está hoje no Museu Nacional das Belas Artes do Rio de Janeiro. A obra é uma homenagem aos 18 operários mortos na abertura do Túnel Santa Bárbara, entre os bairros de Catumbi e Laranjeiras, no Rio de Janeiro.
A famosa pintora, ilustradora brasileira, viveu os últimos anos de sua vida em sua residência de Petrópolis, localizada no atual bairro da Samambaia, participou de inúmeras exposições na cidade além de haver pintado o magnifico painél em homenagem a cidade na época no salão nobre da grande escola petropolitana do período que era o Liceu Municipal Cordolino Ambrósio, onde encontra-se a tela até a atualidade.
Em 1979, com a saúde novamente debilitada, entrou na Ordem Terceira do Carmo e mudou o nome para Teresa do Amor Divino. Morreu no convento.

VERA JANACOPOULOS: O LIRISMO NASCEU EM PETRÓPOLIS






 Vera Janacopoulos, nasceu em Petrópolis em 1892 e faleceu no Rio de Janeiro em 1955, foi uma das maiores cantoras liricas brasileiras de todos os tempos. Sua carreira concentrou-se no período entre as duas guerras mundiais, durante o qual foi uma das cantoras de câmara de maior destaque no cenário internacional.
Seu repertório se notabilizava por uma grande amplitude histórica, estendendo-se de Machaut a Stravinsky e, por uma rara versatilidade, mestre consumada do “Lied”, era ao mesmo tempo uma intérprete notável, tanto do repertório francês e espanhol, quanto do russo. Poulenc diria que ela era uma intérprete “miraculosa” de Mussorgsky.
Os programas de seus concertos dos anos 20 eram extremamente inovadores, por colocar lado a lado do repertório tradicional, música do período pré-Clássico, música popular de diversas procedências, mas sobretudo por dar um lugar de destaque à música contemporânea. Amiga pessoal de compositores como Stravinsky, Prokofiev, Falla, Villa-Lobos, Milhaud e Poulenc, desempenhou um papel de primeiro plano na divulgação de sua música vocal, sendo responsável por diversas primeiras audições, tendo sido a dedicatária de várias obras.
Sobre a importância de sua atuação, Alejo Carpentier diria: ”Musicista admirável, ... Vera Janacopoulos representou para a música de Prokofiev, H. Villa-Lobos e Manuel de Falla ... o que representaram as cantoras Marya Freund para Schoëmberg e Jane Bathory para Erik Satie e Darius Milhaud.”
Dentre as características que mais se destacam de seu perfil musical, podem ser apresentados: o fato de sua formação instrumental haver precedido a vocal, pois estudou, durante anos, violino com George Enesco, que seria o “pai espiritual” de músicos tão diversos como Dinu Lipatti e Yehudi Menuhin, a quem dizia dever seu fraseado e sua maneira de abordar uma obra musical; o hábito de “trabalhar” as obras que interpretava com os próprios compositores. Sua autoridade ao interpretar música francesa, provinha do fato de havê-la trabalhado pessoalmente com Fauré, Ravel, Poulenc e Milhaud; a espanhola com Falla e Nin; a russa com Straviinsky e Prokofiev; a brasileira com Villa-Lobos, etc... O relacionamento com a orquestra, pois são numerosas em seu repertório e fortemente representadas em sua coleção de partituras que se encontra na Uni-Rio, as obras para voz solista com acompanhamento de orquestra, muitas das quais são transcrições encomendadas por ela própria aos compositores, das quais são exemplos o Tilibom de Stravinsky, La rose et le roussignol de Rimsky/Prokofiev, duas árias do Amor Brujo de Falla, Viola de Villa-Lobos e Phydilé de Reynaldo Hahn/Villa-Lobos.
Como cantora com orquestra, foi freqüentemente acompanhada por músicos do calibre de Stravinsky, Falla, Milhaud, Markevitch, Mengelberg, Monteux, Ansermet, Scherchen e Motropoulos.
Apesar de longo período de residência no exterior (a mudança definitiva para o Brasil só ocorreria no final dos anos 30, às vésperas da 2ª Guerra Mundial) e da primeira apresentação pública (1920) ter sido posterior a suas estréias européia e americana, Vera sempre acentuou sua identidade brasileira: a música brasileira foi parte integrante de seu repertório internacional, seja através de melodias populares, harmonizadas por Ernani Braga, seja através de obras de F. Braga, A Nepomuceno, H. Oswald, L. Fernândez, L. Gallet, F. Mignone e, sobretudo, Villa-Lobos, para cuja projeção desempenharia, juntamente com Rubinstein, um papel tão decisivo em Paris, nos anos 20.

[Pesquisa desta Editoria]

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quarta-feira, outubro 06, 2010



Poeta, escritora, roteirista e cronista.

“Teço vivências em linhas do presente. Sou colcha de retalhos com emendas de lucidez e loucura...”


Una, é também o múltiplo das mil faces de todas as mulheres. Desvenda  nas suas letras o nosso jeito e as nossas diversidades femininas. Em seus olhares caleidoscópicos a vida se projeta e se reflete por todos os ângulos em multiplicidades simultâneas.

Quando o sentimento perde o significado, ecoa no corpo a ausência de conteúdo e resta o silêncio a reverberar no pensamento. Não há respostas para as contraditórias interrogações. Como? Por quê? Quando? Algumas emoções são presas fáceis para a armadilha de palavras e se deixam enredar num poema de versos livres. Abandonam-se à sorte, fadadas aos finais reticentes. Abandonam-se ao outro. Abandonam-se! Mas...
Sufoco os gritos e respiro amanhãs. Costuro palavra por palavra nas vestes das escoriadas emoções. Não desafio mais a liberdade. Estou viva!
HS

Acredita que a literatura é a única forma de costurar suas percepções e vivências – uma colcha de retalhos que muitas vezes não conforta, mas é a própria construção do significado no mundo.

Não gosto da palavra vítima, substantivo empobrecido que somente consegue ser sujeito de sofrimento. Sempre busquei alguma culpa para transcender a passividade e recriar a palavra na pluralidade das ações, mas existem buscas estéreis. Sacrifício, desastre, tortura, revolta, imolação... Tantas palavras atormentam e acendem os conflitos íntimos. Vítima! Resta sofrer enquanto o dano repercute em confusão e deixa seqüelas. Algo se rompeu e sangra o longo processo da cicatrização do medo... Algo se libertou e escreve no corpo expressões ilegíveis de inquietude e que provavelmente não poderá ser verbalizado... Algo expirou.
Não gosto da palavra. Vítima é sentença passada em julgado, oração pretérita que somente atrai a compaixão.
” HS

A Poesia de Helena Sut
FRAGMENTO


Procuro-me por aí
Lugar distante
Compromissado encontro
Onde os olhos não vão
Não me enxergam
Rejeitando-me
Ficam cegos.
Procuro-me por aí
No horizonte
Na margem dos sonhos
Mas a linha sempre foge
E perdida no mesmo espaço
Brindo o abandono.
Procuro-me por aí
De tão perto ficou longe
Enterro-me em busca do centro
E na placa a mensagem:
Procura-se um eu errante.
OLHAR FORASTEIRO

Desejo descobrir a intenção
Perdida entre os véus da noite
Com os olhos das estrelas anciãs
Que velam a nossa escuridão
Enquanto olhares forasteiros
Encontram os nossos mistérios.
Desejo caminhar no céu
Desarmar a armadilha do esquecimento
Derramada sobre o espelho do mar
Na busca pelo barqueiro
E reencontrar, suspenso no horizonte,
O cais entre as correntes de estórias.
Desejo ser o olhar
A noite, o dia, o mistério,
O prazer de ser apenas a vida
Forasteira e plena de perguntas
E encontrar nos caminhos de Sasso
As pedras da minha identidade.

                                  A diversidade da escritura poética de Helena Sut


EUSEBIUS E FLORESTAN (Homenagem a Schumann)


Florestan e Eusebius marcam as biografias de Schumann como as personalidades contrastantes do grande representante do romantismo alemão que, segundo Carpeaux, foi consagrado como o poeta do piano. O compositor presenteou a humanidade com obras como Devaneios (Träumerei) nas Cenas Infantis Op. 15 (Kinderszenen) e o divino Concerto para piano em lá menor.

Criados pelo compositor como pseudônimos para assinar os artigos na Nova Revista de Música (Neue Zeitschrift für Musik) fundada por Schumann em 1834, Florestan e Eusebius eram os heterônimos do articulista e significavam as próprias faces do compositor. Personagens imaginários que encarnaram os aspectos de sua natureza ambígua e oscilaram entre suas crises de profunda depressão e seus períodos de intensa criatividade. O enérgico e o sonhador, o arrebatado e o reflexivo, o dionisíaco e o apolíneo...

Com o sentimento projetado num jogo de espelhos coloridos, sua música era a concepção fiel de sua personalidade, uma subjetividade que não se ajustava às formas definidas, um caleidoscópio de palavras, sons e idéias. Ora Florestan, ora Eusebius, porém nunca um ser morno, sem paixões ou reflexões, adaptado aos padrões da época.

O filho do livreiro, que viveu imerso na literatura durante a adolescência, poderia ser poeta ou advogado, como queria sua mãe, mas foi na composição musical que encontrou o tecido perfeito para cerzir definitivamente o som com a idéia. Schumann era um intelectual.

Robert Schumann protagonizou o mais belo idílio amoroso da história da música com a exímia pianista Clara Wieck Schumann, mas o amor não foi suficiente para fazê-lo esquecer da proximidade da loucura. O medo escrevia o seu desfecho.

Sofria perturbações psíquicas cada vez mais graves que culminaram nas alucinações em que ouvia harmonias que lhe chegavam do céu trazidas pelos anjos e percebia os demônios que o ameaçavam com o inferno. A razão e a impulsividade do homem, que sempre se inspirou em histórias imaginárias, cheias de duplos, tomavam rumos irreversíveis e o lançaram no rio Reno em 27 de fevereiro de 1854 numa desesperada tentativa de suicídio.

Privado dos sonhos e da clareza da realidade, Schumann desistiu de tentar vencer a loucura e pediu para ser internado num sanatório para doentes mentais em Endenich perto de Bonn. Distante dos seus, talvez a terceira personalidade pouco conhecida, Meister Raro, o moderador, que tantas vezes interveio como conciliador de Eusebius e Florestan, tenha tentado resgatar o gênio, mas a vesânia venceu e, dois anos após, em 29 de julho de 1856, o mundo se despedia do grande compositor romântico e de seus duplos.

Helena Sut

EU, INGMAR BERGMAN E O RELÓGIO


Um relógio sem ponteiros. Um recém-nascido que não chora, um ancião que não lamenta, uma vida que passa em branco, uma morte encarcerada em circunstâncias perdidas de contexto. Tantas expressões remotas impressas no tempo perdido. Mas, sem ponteiros, o relógio permanece, dubiamente, como uma superfície frágil e aterradora, capaz de rasgar o futuro com a ausência de perspectiva. Silêncio!

A metáfora que traduz a jornada de Isak Borg, protagonista do filme Morangos Silvestres, é perfeita para decifrar a marcação das horas presente em todas as obras de Ingmar Bergman. Horas violadas no romper das emoções. Uma busca desesperada para compreender o sofrimento e superá-lo. Reconciliação!

Desperto assustada. Pela primeira vez sonho que estou perdendo a visão ofuscada pela claridade. Percebo fragmentos de uma realidade improvável enquanto sou enclausurada num lugar em ruínas. Estilhaços de vivências formam o mosaico onírico do medo. Acordo, violando o cárcere, e permaneço em busca das origens do sonho. Tento me reencontrar no tempo, mas o relógio automático distante do corpo é silêncio.

Os ponteiros permanecem indiferentes às minhas palpitações. Os sons denunciam a noite. Às cegas, insisto em tatear o sono. Mas... Insônia é como um ponteiro que tenta fugir do relógio. Revolução de sentimentos que alardeiam idéias desencontradas. Ansiedade!

Rendo-me! Basta! Sou a face do relógio e deixo a noite me atravessar até que o amanhecer me traga as sombras dos ponteiros.
Helena Sut
               
                BIOGRAFIA

Helena Sut nasceu no Rio de Janeiro em 19 de novembro de 1969 e reside em Curitiba há oito anos. Autora dos livros: Sonhos e Cicatrizes (Editora Quem de Direito – 2001), Beatriz Navegante e Confissões de uma Barriga (Editora Quem de Direito – 2002), Alfinetes de Lapela (Editora Papel Virtual – 2003), Todas as Ovelhas são Pardas (Editora Quem de Direito – 2003). Apresentou livros na 48ª Feira do Livro de Porto Alegre (2002) e na Bienal do Livro do Rio de Janeiro (2003). Participou da coletânea de poesias Próximas Palavras, lançada em julho de 2002 em Curitiba, além de outras coletâneas no Rio de Janeiro e Brasília.


Escreveu crônicas para a coluna Arte & Cultura da Agência Carta Maior (www.agenciacartamaior.com.br) de março de 2003 a julho de 2007, onde também colaborou com resenhas literárias, principalmente na coluna Lusofonia sobre autores africanos e portugueses lusófonos. Durante dois anos escreveu resenhas literárias para o Jornal Concurso & Carreira em Curitiba (2003 a 2005). Colabora com vários sites literários: Brasil Cultura (www.brasilcultura.com.br), Overmundo (www.overmundo.com.br), entre outros.


Em 2006, escreveu o conto infantil Reino das Costas - O reino encantado do menino Mozart (inédito), baseado em fatos verídicos da infância do compositor. O texto foi adaptado para teatro com o objetivo de estimular o conhecimento de música por meio da sensibilização artística. E a peça teatral Portas Entreabertas, em parceria com o ator Danilo Avelleda e a poeta Marilda Confortin, texto poético sobre o reencontro com a vida de dois seres em situações extremas: um artista de 80 anos que perdeu a inspiração e uma mulher de 30 que acha que está com uma doença terminal. A peça esteve em cartaz no Teatro Edson D’Ávilla de 19 de maio a 1º de julho de 2007, no Teatro Mini Guaíra em 26 de agosto - teatro para o povo - e no Teatro Barracão.


Em 2007, concluiu a novela Diário de Outono. Uma narrativa de exílios que tem como desfecho o reencontro do ser com a sua história e a compreensão da vida.

BIBLIOGRAFIA

1 - OBRAS INDIVIDUAIS

1 - 01 — Sonhos e cicatrizes - Editora Quem de direito - PR - 2001 - contos
1 - 02 — Beatriz Navegante e Confissões de uma barriga - Editora Quem de direito - PR - 2002 - contos
1 - 03 — Alfinetes de lapela - Editora Papel Virtual - RJ - 2003 - contos


2 - OBRAS COLETIVAS 

2 - 01 — Próximas palavras - Editora Quem de direito - PR - 2002 - Coletânea de poesias com outros autores entre eles: Paulo Hecker Filho, Walmor Marcellino, Nelson Padrella, Fernando Castro
2 - 02 — Poemas di versos - Instituto Euclides da Cunha apoio da Academia Paranaense de Letras - 2001 - Coletânea de poesias
2 - 03 — Contos e Crônicas - Littteris Editora - RJ - 1992
2 - 04 — Valores literários do Brasil - Volume XIII - Revista Brasília - Brasília - 1992
2 - 05 — VII Antologia de Poetas e Escritores do Brasil - Revista Brasília - Brasília - 1992
2 - 06 — Balcão de poesias - Editora Litteris - RJ - 1992
2 - 07 — Momentos Poéticos - Litteris Editora - RJ - 1992
2 - 08 — Escritores & escritoras de outo - Litteris Editora - RJ - 1992
2 - 09 — Poesia da Metrópole - Litteris Editora - 1991 - RJ